sexta-feira, 24 de maio de 2013

Planos e tempo


São tantos planos. E tão pouco tempo.
E todos eles eu gastei com você, ou pelo menos quase. Tanto o tempo, quanto os planos.
O tempo que se gasta fazendo planos e os planos que se fazem em questão do tempo.
Os planos que levam tempo para planejar, os planos que levam tempo para acontecer.
O tempo que preciso pra planejar, o tempo que foi planejado.
Tudo com você. Foi antes, foi durante e, por um tempo, foi depois.
O tempo, o plano, você.
Você, o tempo, o plano.
O plano, você, o tempo.
E foi isso.
E agora? O que restou? O que me serve? O que me é tempo? O que me é plano?
Plano? Plano foi o que a gente nunca foi. Plano. Nem raso. Ou éramos planaltos ou éramos depressões absolutas.
Plano? Era minha área de conforto que eu abandonei por um terreno inconstante. Fui ao fundo do poço em questão de tempo e voltei dele em uma demora do tempo. Tempo?
Tempo? Foi o que a gente não soube esperar. Manejar. Mas, sabíamos. Se fôssemos devagar demais, o tempo pararia e junto, nós. Comemos os ponteiros.
Tempo? Era o que eu queria que passasse mais devagar possivel. Mas, comemos as horas, os meses. O tempo.
Me restou algo? Sim. Evito as angústias e crises de raiva. Me sobra alguns poucos momentos bons. Como as noites em que a lua ficava na sua janela iluminando o quarto. As noites que sentia sua respiração na minha mão e assim, palpar sua vida, saber que está bem. As noites que o encaixe era do meu nariz no seu cabelo, meu seio nas suas costas, minhas pernas entrelaçadas nas suas.
Os dias que ríamos de coisas bobas, como a forma que você me apoiava enquanto eu lavava a louça. Os dias que éramos apenas duas!
E agora?
Agora ainda somos duas, cada uma em seu mundo. Mundos que talvez não deveriam ter se encontrado. Não agora. Não por nada. Não dessa forma. Não assim.
E assim permanecerá.
Reerguerei planos, farei tempo, criarei planos, planaltos e depressões, poços, relógios. Sozinha.

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