domingo, 27 de fevereiro de 2011

Alguém na rua

Me apaixono todo dia por uma mulher diferente na rua.
De diversos estilos, cores, cabelos, cheiros... se tenho a oportunidade de beijá-las, seus gostos são diferente, seus beijos, seus carinhos.
Mas é incrível como você está em todas elas! Se não é o jeito de andar, é o jeito que seu cabelo se move no vento. Quando não é a voz parecida, é o tom de pele. Nariz, boca, mãos, pés, gostos musicais, cinematográficos, passeios. Mas, nada substitui o jeito que você me olha, o jeito que sorri pra mim, o jeito que me toca, o jeito que suas mãos passam no meu cabelo, o jeito que me sinto quando estou perto de você e o jeito que você fica perto de mim.
Nada substitui esses pequenos detalhes!
Sinto falta, confesso. Mas, está melhor assim!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Caio Fernando Abreu


.''Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão. ''


.''você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar. (Fragil)''


.''Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada.''


.''Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar.''


.''A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro''


.''E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda''


.''Tenho dias lindos, mesmo quietinhos''


.''Seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções.''


.''E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo, No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também.''


.''chegue bem perto de mim. Me olhe , me toque, me diga qualquer coisa. ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.''


.''sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus...como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!''


.''tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.''


.''ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor.''


.''Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Fui ser feliz, e não volto!''


.'' Sei que me arrisco a te chocar, te ferir, te agredir. Mas eu nunca quis ser gostado por aquilo que não sou ou aparento ser.''


.''Eu te amo, mas também me canso.''


.''Uma vez me disseram que eu jamais amaria dum jeito que "desse certo", caso contrário deixaria de escrever.''


.''eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás.''


.''Faz um bom tempo que a vontade de escrever e de poetizar se resume a você.''


.''És presença. E, mesmo quando és ausência, és muito mais do que saudade.''

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Aqui, sem voce!

(mais de) Cem dias me fizeram mais velho,
Desde o ultimo momento em que eu vi seu lindo rosto
Milhares de mentiras me fizeram mais frio
E eu não sei se eu posso ver isso da mesma maneira
E toda distância que nos separam
Desaparecem quando eu sonho com o seu rosto.

Eu estou aqui sem você, amor
Mas você ainda está em minha mente solitária
Eu penso em você, amor
E eu sonho com você o tempo todo
Eu estou aqui sem você, amor
Mas você ainda está comigo em meus sonhos
E hoje à noite, somos só você e eu.

As distâncias continuaram aumentando
Enquanto as pessoas deixam seus modos de dizer Olá
Eu ouvi que essa vida é super valorizada
Mas eu espero que ela melhore
Enquanto nós caminhamos

Tudo que eu sei, e em qualquer lugar que eu vou
É difícil, mas isso não vai acabar com o meu amor
E quando o último cair, quando tudo isso estiver dito e feito
É difícil, mas isso não vai tirar o meu amor.

cf

Penso, com mágoa, que o relacionamento da gente sempre foi um tanto unilateral, sei lá, não quero ser injusto nem nada - apenas me ferem muito esses teus silêncios'' ( Caio Fernando)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tormenta


''Para ler ao som de Madeleine Peyroux, em qualquer época da vida…
,e porque é maio e o sol entra sorrateiramente pela fresta do pouco de cortina que deixei aberta, e como um par entusiasmado me convida a rodopiar pelo quarto, a afastar os móveis e a rodopiar, até que o calor se instaure em meu corpo e me aqueça de forma que eu não sinta o vento gelado que invade a casa fria. E talvez porque nunca tenhamos passado em companhia um maio inteirinho, e talvez porque esse frio que vem junto com o mês seja um convite à reconciliação de mim para com o meu coração, ou então porque o outono é a época do ano em que nos sentimos mais solitários, e mais propensos a xícaras de chocolate quente e pipoca doce, talvez por isso eu esteja sonhando com um maio ao teu lado. E mesmo sabendo impossível que esse ou qualquer outro maio te tragam de volta para mim, acordo com aquela nostalgia de algo que nunca aconteceu, mas que foi ensaiado tantas e tantas vezes na minha ingênua imaginação, e me sinto então como uma caçadora de tesouros perdidos em busca do meu bem mais precioso: um olhar teu. E não, não me importo que o inverno esteja aí, batendo à porta, e nem me importo também se no inverno temos de arrumar muitos cobertores, e os de orelha também, e que talvez eu esteja perdendo tempo parada aqui, na sua… mas é que só desse jeito é que sei viver melhor. Porque seria uma pena, uma grande pena, se eu não te dissesse que sonho passar um maio em tua companhia, e seria uma grande perda de tempo se eu simplesmente saísse por aí, à caça de um ou dois cobertores que me esquentariam durante toda a próxima estação. Sim, uma grande perda de tempo, porque logo depois entraria a primavera, e então eu continuaria desejando seus olhos, e seu sorriso, já que a primavera é a época propícia para se sorrir por motivos aparentemente banais. Não que outras pessoas não poderiam sorrir comigo, mas é que o teu riso estaria atrelado à minha imaginação, e eu não conseguiria me libertar dele enquanto não o visse de verdade. E aí teria que esperar até outro maio, e então escrever de novo para ti, pedir de novo ao universo que te trouxesse para mim como um presente de outono, e mais uma vez eu perderia meu tempo parada na sua, mas seria essa a minha única recompensa.
É maio, e eu vou ficar aqui, à tua espera.''
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Não sei quem é a autora, mas é lesbica hohoho

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Folhas em branco

Folhas em branco
me tentam a escrever.
Assim como,
o silencio me leva a quebra-lo,
fazendo musica em seis cordas.
Folhas em branco
dizem tanta coisa.
Mesmo não tendo nada nela.
Dizem o que eu quero ler,
o que quero ouvir,
o que quero falar,
o que quero escrever.
Tantas poesias de nomes importantes
começaram numa folha de papel em branco e
nasceram em cabeças perturbadas,
cabeças criativas,
cabeças inteligentes,
cheias de ideias para expressar!
As vejo tão brancas e, à luz do dia,
tão brilhantes.
Elas me dão essa vontade de escrever
mesmo que não tenha nada a dizer.
Não digo que elas me acalmam
-como deveria ser, supostamente-
porque eu fico na euforia de escrever.
De acabar com seu silencio e calmaria
e dá-la alguma vida diferente.
Rasgar sua superfície com meu grafite,
brincar com as formas que a escrita tem,
rabiscar quando errar,
apagar quando se enganar,
refazer se quiser.
É quase a vida real!
Só está faltando querer mudar o que já aconteceu.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pra ser sincero







Pra ser sincero eu não espero de você
Mais do que educação,
Beijo sem paixão,
Crime sem castigo,
Aperto de mãos,
Apenas bons amigos...

Pra ser sincero eu não espero que você
Minta
Não se sinta capaz de enganar
Quem não engana a si mesmo

Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito,
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.

Pra ser sincero eu não espero de você
Mais do que educação,
Beijo sem paixão,
Crimes sem castigo,
Aperto de mãos,
Ainda bons amigos...

Pra ser sincero não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma ao diabo

Um dia desses
Num desses encontros casuais
Talvez a gente se encontre
Talvez a gente encontre explicação

Um dia desses
Num desses encontros casuais
Talvez eu diga, minha amiga,
Pra ser sincero, prazer em vê-la
Até mais...


Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.