quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O poço.

Estava deitada em uma rede com o formato do seu nome, emaranhada nessa rede, presa, atada, enfeitiçada esperando o momento que você ia cortar essa rede e me assistir caindo no fundo do poço. Me olhando profundamente nos meus olhos enquanto corta a rede e eu caio sem esboçar um grito, ainda enfeitiçada, e você me olha da borda sem esboçar nenhuma expressão e quando escuta la longe o barulho do meu corpo atingindo o fundo do poço, vai embora sem nem olhar pra trás.
Acordo.
Caio em mim.
Percebo que não posso deixar isso acontecer de novo.
Me debato, me desenrolo dos seus fios, olho ao redor e vejo fundos que não são os do poço, fundo terrestres, fundos fugitivos, firmes e seguros pra eu caminhar pra longe de você.
Então você me assiste lutando sozinha contra a rede. Eu consigo me soltar, depois de muito esforço, salto, pra fora da rede e da boca do poço. Te olho, você me olha e de volta com um olhar vago e indiferente. E começo a caminhar para o lado oposto ao seu. Quando de repente sinto um puxão por trás, me arrastando de volta pelo caminho que passei. Nennhuma palavra você me atira no poço. Aquele mesmo que eu escapara. E me assiste caindo com um leve sorriso, sem mostrar os dentes.
Enquanto eu, indignada por estar caindo de novo, tento gritar algo, mas nada sai.
Atinjo o fundo.
Dói.
Ameaço a chorar, mas tenho que encontrar minhas forças pra poder sair do fundo do poço. Sento e espero a dor passar. Não adianta se mover quando há dor, é preciso sarar antes. Talvez seja inevitável o fundo do poço.

(10/09/16)

Sua cor

No momento te assisto andando pra la e pra ca no meio de uma multidão sem fim. Seu cabelo se destaca, sigo sua cora em meio a não cores. As vezes consigo enxergar sua silhueta quando alguma pessoa se move pra direita ou esquerda e ja perco sua visão. Me distraio por alguns segundos quando passa alguma criança ou nenem correndo ou sorrindo pra mim. E eu acho lindo essa pureza das crianças, essa falta de decepção que elas não viveram ainda.
Tão linda trabalhando e sorrindo orgulhosa de tudo que ta acontecendo e de tudo que ela mesma fez. Olha lá, sua cor novamente essa cor que não sai dos meus sonhos, porem também custa ficar na realidade.
Olha lá, uma criança correndo e dando risada que não sabe o que eu to sentindo agora, que não sabe a vontade e desejos que tenho tido esses dias por sua cor. Que ainda consegue dar uma risada sincera pois nada te tirou o riso ainda.
E tão lindo te ver correr pra la e pra ca, lidando com as coisas. Enquanto eu só estou aqui sentada lidando com a vontade de te beijar e não poder.

(03/09/16)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

A rede.

Me vejo deitada em uma rede com o formato do seu nome. Essa rede esta presa na boca de um poço. Aqueles poço onde a gente cai fundo.
Essa rede balança e pára. A cada balançada é o medo da rede virar e eu cair na escuridão sem ter um final necessariamente.
A rede com o formato do seu nome esta preça na boca de um poço, desses que a gente cai fundo sem fundo. Você assiste de fora o agonizante balançar da rede causada por sua respiração. Assiste de fora com seus pés firmes no chão, apoiada nesse poço.
A rede com o formato do seu nome esta presa na boca de um poço. Desses que a gente fundo sem final. E você assiste de fora com uma tesoura na mão pronta pra cortar fio a fio das cordas que prendem a rede ao poço. Algumas ja foram.
Me vejo deitada em uma rede com o formato do seu nome presa na boca de um poço. Sinto o balançar dela e te vejo fora da rede com a tesoura na mão pronta pra cortar fio a fio das cordas que prendem a rede ao poço. E observo o seu sorriso mais lindo olhando pra mim e espero quieta a queda na escuridão.

(27/08/16)

Acostumei

Acostumei a deixar um par de chinelos a mais fora do armario porque conforta a ideia de olhá-lo ali no chão do quarto e saber que em breve você virá usá-los.
Acostumei olhar sua escova de dentes ao lado da minha pela manhã e sentir parte da sua intimidade perto da minha.
Acostumei a deixar o quarto sempre arrumado porque sei que quando você chega, traz a zona e ocupa o vazio e ordem do meu quarto.
Você me bagunça, me tira da ordem em que estou, me chacoalha, me desarma e desarruma.
Acostumei a ter um pijama extra pra você usar e deixar seu cheiro nele para eu usar depois.
Acostumei a passar as sextas- feiras ansiosa e os sabados mais ainda porque ao final dele sei que vou te encontrar.
Acostumei a te ter de novo. Acostumei a te ouvir, sentir, tocar. Acostumei com seu beijo e carinho. Acostumei a sofrer de saudades. Acostumei a viajar pra te ver e passar dois dias feliz.
Acostumei com a felicidade. Um sentimento tão esquecido e questionada que agora nem sei como lidar.
Acostumei a ser feliz ao seu lado e não quero desacostumar.
Acostumei com você, seu jeito, seu cheiro. Meu mais preferido costume agora é esperar e contar os dias pra te ver.

(18/07/16)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Meu amor

Meu amor não sabe ser discreto. Meu amor não vem em gotas, tão pouco acaba logo.
Ele não aparece e vai embora e volta como quem não quer nada e desaparece.
Meu amor não se desinteressa. Meu amor não se desapega.
Ele é de arquétipo canceriano, é amor em grandes doses, é amor com grande intensidade, é amor que não cabe no peito e explode.
Meu amor é taurino, é misturado com pratos de comida e momentos musicais, artisticos.
Meu amor cuida, presta atenção, foca. meu cuidar não é geral, meu cuidar não é para todos, meu amor também não.

Meu amor não se confunde. Meu amor não é confuso. Meu amor não é desatento, não é desleixado.
Ele não é do tipo que é rapido, curto e passageiro. Ele gosta de ficar o quanto for pra ser. Meu amor por mais longe possa estar, ele tentará estar perto, tão perto que você poderá tocá-lo.
Meu amor respeita, ouve, aconselha, ajuda. Meu amor ele não é amizade, ele é amigo, mas é amor.
Meu amor não se esconte, não te esconde, mas não se expõe.

Meu amor quer amar o seu amor. Meu amor que ser seu amor. O meu amor que o seu amor!
Meu amor quer juntar as nossas mãos, nossos corpos, cheiros, gostos, salivas...
Meu amor quer olhar nos seus olhos amanhecidos e quer tocar seu corpo quente de lençol, quer sentir seu cheiro misturado ao meu em um abraço na cama.

Eu queria poder te amar se você me deixar e poder te mostrar que, meu amor, que nosso amor dá pra ser e não esmaecer.

(06/08/15)

O que teu corpo rejeita

E de novo me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim. Sem urgências e me concentro inteiro nas coisas que me contas e assim, calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar alem dessa mascara colorida. Que me queres assim porque é assim que és unicamente assim é que me queres e me utilizar todos os dias. E nos usamos honestamente assim, eu digerindo faminto o que teu corpo rejeita.

(Caio Fernando- os dragões não conhecem o paraiso)

Errada X certa

-Você é tão certa por ser você. Certa porque é você e não deveria ser mais ninguém. É certa porque sei do seu olhar, sei do seu jeito, sei do seu beijo, sei do seu gosto, seu cheiro, sei que é você.
Mas, é também a errada por ser e ter tudo de certa e não estar comigo. Não é pra gente ficar juntas, parece que não é assim que tem que ser. Não entendo porque a gente tem que sofrer tanto assim pra se amar. São tantas indas e vindas e a gente sempre se cruza, sempre se tromba. Se não for pra ser, não sei o que será e se será. Tantos obstáculos e sofrimentos assim deve servir pra alguma coisa no final. Afinal, é sempre la no final que a gente se encontra. Não quero que você seja a errada, mas sei que você não quer ser a certa.
-Eu sei que você é a mais especial, eu sempre sei disso. Porque pode parecer egoísta, mas sempre que penso em alguém com quem eu posso contar, vem você na cabeça, porque sempre leio a carta que você me deu como se tivesse ouvindo você ler. Eu sei que você nunca foi a errada e que é tudo que alguém quer, sei porque seu sorriso me encanta, porque toda vez que você fala comigo me da um frio na barriga. Não sei qual é nossa história e não sei o que pode acontecer porque a gente nunca teve um ponto final, porque são idas e vindas e porque tudo para nós sempre foi de repente e eu acredito que as melhores coisas acontecem de repente. Quero ser a certa a ponto de não ser errada de novo e te magoar. “De repente a gente se encontra numa esquina, num outro planeta, no meio duma festa, duma fossa, a gente se encontra, tenho certeza” (cfa). Parece que foi feito pra nós, assim como muitas outras frases. Não suma sem avisar de novo, porque talvez você não saiba, mas você é uma das melhores partes de mim.

(06/12/2013)

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Facas.

Os teus olhos batem em mim e logo se desvia, como se em minhas pupilas houvesse uma faca, uma pedra, um gume. [...] e quando teu olho se afasta, assim, não sei pra onde, talvez pra esse mesmo lugar onde te encontravas ontem [...] mas é quando a pedra ou a faca ou o gume no fundo do meu olho afasta o teu que te olho detalhado e nunca saberás quando e como ja te conheço, cada milimetro da sua pele.

(caio fernando- os dragões não conhecem o paraíso)

Calos.

Por que as vezes é tão dificil ceder? Por que as vezes é facil ceder?
Quais calos devo olhar? Quais lugares lhe faltam calos?
Quais olhos devem calar? Quais calos lhe faltam lugar?
Lhe falta calos ou lhe falta olhar? O que lhe falta?
Deve haver calos para olhar? Deve haver olhares para calar?
Deve haver o calar para não haver olhares? Deve haver olhares para não haver calos?
O que há além de um olhar? O que há dentro de um lugar?
O que há por trás de seus calos? O que há no espaço do seu calar?
O que há?
Devo esperar um sorriso após um olhar?
Devo esperar um olhar após um sorriso?
Devo esperar um calo após seu sorriso?
Devo esperar um sorriso após o seu calar?
Devo esperar seu olhar?
Devo esperar um calo?
Devo esperar nosso lugar?
Não devo.

Quero seu olhar.
Quero seu sorriso.
Quero descalar.
Quero nosso lugar.
Quero arrancar meus calos que doem a cada passo que damos.
Arrancar toda tristeza a cada sorriso mútuo.
Arrancar toda a angustia  com todos os seus olhares.
Quero amaciar meus calos nos seus toques.
Quero arrancar seus calos com meus beijos.

(02/12/2014)

domingo, 3 de janeiro de 2016

Doce novembro

[...]
Eu sei, minha razão diz que eu não fiz nada de errado, que eu fiz tudo que pude, me dei o quanto deu. Meu coração ainda diz que tem esperança, que tem saudades, que tem tesão que há desejo. Eu ja decidi pela razão, mas meu coração quer contato.
Minha mão na sua mão ou no seu cabelo, minha boca nos seus labios, minha lingua por entre seus dentes tocando sua lingua, se entrelaçando com saliva e gosto de maconha com pinga. Passar a mão nas suas lindas costas, te ver deitada de bruços. Observar seus pequenos seios caindo levemnte para o lado quando você vira para me olhar. E sentir esse olhar queimando a minha pele, tomando-a para si.
E ver sua maquiagem, que fez para me ver, se desmanchar com o suor do nosso sexo. E ouvir sua voz de tesão com sua mão me apertando a nuca. Sentir seu gosto de gozo escorrendo da sua boceta e te beijar. Colar nossos corpos com suor e gozo, lamber os seus dedos do meu tesão. Encaixar nossas pernas em movimento circulares, se esfregar, gozar. Curvar seu corpo para que eu beije entre seus seios e desça para a sua barriga, faço hora, volto, te beijo, seu pescoço, seu ombro, todos os seus cantos.
Desço para sua virilha alterno entre beijos e mordidas na sua coxa enquanto meu dedo sente seu clitóris. Vejo vocês sorrir o riso mais lindo, me estremece, me olha, vira o olho, me olha o olhar mais safado, me pede. Minhas mãos agora brincam nas suas pernas, apertam arranham sua coxa enquanto minha boca se aproxima do seu tesão. Molhada, deslizo minha lingua pelo seu clitoris pra cima pra baixo pra cima pra baixo exploro todos os cantos da sua vulva chupo seus labios abro mais suas pernas penetro minha lingua em você você geme AH o seu gosto AH seu tesão AH seu gozo!! Ergo suas pernas fecho na minha cabeça, uso meus dedos para juntar seus labios e exponho a cabeça do seu clitoris e lambo delicadamente até sua respiração ficar ofegante e paro... abro suas pernas, meus dedos abres seus labios deixando o clitoris mais exposto ainda e chupo gemidos e aumento o ritmo uso o dedo e a lingua no seu clitoris a outra mão eu passo pelo seu corpo estimulo seu mamilo você chupa meus dedos enquanto seus gemidos ficam mais fortes vejo suas maos agarrando os lençois te lambo mais uso mais meu dedo e sinto o seu clitoris endurecer de prazer, seus mamilos duros também, suor escorrendo na sua barriga você começa a rebolar na minha lingua mais forte forte forte forte não pare lambo lambo lambo desço subo rapido rapido seus musculos todos se tensionam você não tem mais controle do corpo do ar da voz das mãos das pernas você aperta minha cabeça na sua boceta aperta suas pernas na minha cara se contorce se ergue e eu chupo chupo chupo aperto com gosto sua bunda pressiona mais o clitoris contra minha lingua e goza goza go... uma onda atinge seu corpo e faz arrepiar da nuca aos dedos dos pés e você treme como se fosse um choque suas pernas tremem você se tensiona prende a respiração e ah... o liquido do seu tesão  escorre para minha boca, escorre nas suas coxas e você relaxa.
Dou um beijo na sua vulva e me afasto devagar, te observo curtindo a sensação e sorrindo o riso mais lindo e encerro com um beijo na sua boca pra você sentir seu gosto e seu suor.
E acabou.
Acabou...


(29/01/15)