quinta-feira, 3 de abril de 2014

Silêncio

Silêncio é bom?
As vezes o silêncio da noite
Ou aquele breve momento de paz em um nascer do sol
Silêncio na pausa pro café
Entre um gole e outro
Aquele silêncio que foge do trânsito
Trânsito de pensamentos, trânsito de carro, de sentimentos
De fim de tarde quando o sol se põe
Quando a lua chega trazendo brilho
E teu silêncio em x
O astro mais lindo que embala tua madrugada
Madrugada em silêncio, onde todos dormem
Teus sonhos tranquilos, teus pesadelos atordoantes
Atordoante. Será possível o silêncio ser atordoante?
Enlouquecedor? O não ter? O perguntar e não obter?
O escrever e ninguém ler? O gritar e ninguém ouvir?
Gritar? E o silêncio?
Vou fumar um cigarro
Comer um pão
Silêncio
Bico, testa franzida
O silêncio após uma briga.
Tristeza
Cada um em seu espaço
Silêncio coletivo
Constrangedor
Estimulante
Sexo!
Aquele silêncio entre o olhar e o beijo
O olhar entre o beijo e o toque
O beijo entre o toque e o suor
O toque entre o suor e as mãos
O suor entre as mãos e os dedos
As mãos entre os dedos e os seios
Os dedos entre os seios e as pernas
Os seios entre as pernas e o ventre
As pernas entre o ventre e o suspiro.
O ventre entre o suspiro e a respiração
O suspiro
A respiração
O silêncio
Vou fumar um cigarro
Um minuto de silêncio.
Morrera.
Quantas mortes há em um silêncio?
Literais e hipotéticas.
O silêncio ensurdecedor de um gatilho
Quantos silêncios há em uma morte?
O sol se pôs. A lua se erguera. A madrugada se estabelecera.
Respostas. A posse. A leitura. O ouvir.
O que ouço?
Silêncio
Shhh...

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